sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Das coisas que tenho a dizer.

Minha vontade de escrever grita. Diariamente. Escrever sempre fez parte de mim. Se antes era por meio de diários, de cartas aos amigos distantes, hoje se faz presente em alguma mídia social.

Mas quero ter um espaço meu, da minha família, onde eu possa divagar sobre tudo que me cerca. Quero contar aos meus filhos sobre a nossa vida e a difícil jornada de se criar filhos. Quero poder também analisar meus erros e acertos para com eles, coisa que a consciência naturalmente martela, mas sempre é bom escrever para recordar.

Acho mesmo que esse meu desejo é um tanto saudosista. Saudades de algo que eu não tive. A medida que envelheço, quero recordar-me da infância e se naquele tempo minha história tivesse sido escrita, muita coisa poderia hoje resgatar.

O mais importante é escrever para vocês, meus filhos. Quero dar esta oportunidade a vocês dois. Lembrar-se de um tempo que se vive e passa tão rápido, deixando muitas marcas, muitas vezes invisíveis a olho nu, porém indeléveis em nossa alma.

Que seja assim!

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Soberana de chuquinha!

Depois de 3 anos tentando engravidar do meu primeiro filho, achei que iria demorar pelo menos um ano para conseguir engravidar de novo. Quando Felipe fez um ano resolvi me planejar, para que a diferença de idade entre os dois não fosse tão grande.

Manuela chegou no primeiro mês de tentativas . Levei um baita susto! Chorei quase duas semanas. Meu marido não entendia nada… Ué vc não queria engravidar? Queria, mas tinha que ser tão pertinho assim? Eles tem 1 ano e 11 meses de diferença! Eu diria que por um ano mergulhei em um mar de fraldas, mamadeiras e chupetas rs.

Manuela chegou na sua hora. No dia que ela tinha que vir, enchendo nossos corações de alegria! Depois de três netos homens, finalmente minha mãe teve sua tão esperada netinha.

Manu, você é nosso sonho, um encanto. Nossa pimenta doce, cativante, espevitada. Exageradamente, você rs. A família se completou no dia que você nasceu - 25/07/2011 !!!!
Parabéns pelos 3 anos de pura felicidade, minha branquela. Que venham os 4, 5, 10, 15, 30 anos… Que eu permaneça como a sua melhor amiga e que vc me ache “muito linda” para todo o sempre. Porque a beleza que você de alguma forma vê, é o amor que sinto por ter gerado dentro de mim, dois corações.

Te amo minha soberana rainha!

ps:porque ela nunca quer ser a princesa… e sim a rainha!

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Do primeiro dia do resto de nossas vidas.

O primeiro blog que escrevi começou ainda na gravidez do Felipe. Acho que foi realmente o  momento mais marcante da minha vida, foi quando eu literalmente renasci, como mãe. Ainda nem fazia ideia dessa incrível jornada em que hoje me encontro. Ser mãe é realmente transformador. O blog se chamava " E foi assim Felipe!" e eu escrevi várias cartas ao meu filho. Peguei realmente gosto pela coisa e... de repente... me descobri grávida de novo!  Felipe tinha acabado de fazer um ano. Guardei este segredo alguns meses, mas como escrever para meu filho, sem contar a ele que a maior mudança em sua vida estava prestes a chegar? Bloqueio total. E quando finalmente pude contar a todos sobre esta gravidez tão desejada, me sentia terrível pelo título do blog não conter o nome da menininha por quem me apaixonei, meses depois... Manuela . Triste fim de um blog.
A vontade de escrever só aumentou com a chegada da Manu. Mas ter dois bebês em casa é simplesmente surreal! Tinha tanta coisa para fazer e tão pouco tempo, que a vontade ficou guardada ali,  na minha bolsa amarela.

Mas hoje é o primeiro dia do resto de nossas vidas. Tem tanta coisa para contar para vocês, que uma hora eu tinha que recomeçar.

domingo, 20 de julho de 2014

A arte de ser feliz

Começar um blog não é nada fácil. Tem que se pensar em um nome que ultrapasse todas as barreiras do tempo e que seja acessível a qualquer pessoa letrada. Que a sua vó percorra as linhas com o mesmo entendimento que o filho de seu filho possa ter. A boa poesia é atemporal.
Busquei entre meus autores favoritos,  alguém que explicasse a razão de escrever aqui. E foi neste poema de Cecília Meireles que encontrei a felicidade, vinda da minha janela:

A arte de ser feliz
Houve um tempo em que minha janela se abria
sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde,
e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Ás vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.